Meu nome é Aureliano Rodrigues de Oliveira. Sou do ano de 1924, nascido no município de Santa Teresa de Goiás, uma cidade pequena no interior do estado de Goiás.
Quando criança eu e meus irmãos tínhamos que trabalhar na roça, em uma lavoura à 10 km de casa para ajudar meu pai.
Levantávamos cedo, parávamos somente na hora de almoçar ou molhar a garganta. Os dias eram mais longos e o sol nunca faltava.
Antes de irmos dormir, ficávamos meus irmãos e eu, escutando estórias que meu pai e minha mãe contavam. Por vezes era um outro parente ou vizinho que reunia-se conosco.
Lembro-me de várias dessas estórias e por vezes pensava que se tratava de invenções, que não acontecera ou aconteceria realmente.
Diziam por exemplo que o mundo acabaria e o sinal deste acontecimento seria descer um enorme cruz que taparia a luz do sol. Faria muito barulho e seria o fim de tudo.
Em uma tarde ensolarada eu e meus irmãos trabalhávamos na lavoura com meu pai como de costume. Naquele lugar havia muitas pedras, dificultando o acesso em alguns pontos da lavoura. Dava-nos calos nos pés. Estávamos nessa peleja por sobre as pedras, quando menos esperávamos vimos surgir, lá de longe, um avião. Só que eu e meus irmãos ainda não o conhecíamos. Então quando veio se aproximando aquele objeto com formato de cruz, fez sombra em meio a luz do sol e com um forte barulho, ficamos com muito medo. Era o fim do mundo! Com esse medo na cabeça, saímos rezando e correndo em meio as pedras e a plantação para perto de nosso pai. Foi um caminho penoso, pela própria terra e com o medo como acréscimo. Quando chegamos perto dele enfim, nosso pai nos explicou o que era um avião .
Mas sem dúvida esse foi o maior medo que passei por aquelas bandas. Todo esse fato ocorreu em 1934, por eu ser criança e acreditar demais nos outros.
Redação produzida pelo aluno Filipe Antônio Rodrigues de Morais do 8º ano A.
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